
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e dois de seus colaboradores mais próximos foram condenados à morte por enforcamento neste domingo (5), em Bagdá, pelo Tribunal Superior Penal do Iraque. Eles foram considerados culpados pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.
As datas de execução da pena ainda não foram divulgadas, mas os advogados de Saddam já apelaram da sentença e o novo veredicto pode levar até um mês.
Visivelmente nervoso, assim que ouviu a sentença proferida pelo juiz Raoul Abdel Rahman, Saddam gritou "Deus é grande! Longa vida ao povo e morte aos seus inimigos!"
Sete ex-colaboradores de Saddam acusados do mesmo crime também já receberam seus veredictos.
Também foram condenado à morte o ex-presidente do tribunal revolucionário iraquiano, Awad Ahmed al Bandar, e o meio-irmão de Saddam, Burzan Ibrahim, ex-chefe do serviço secreto do país. O ex-vice-presidente iraquiano Taha Yassin Ramadan foi condenado à prisão perpétua. Três ex-dirigentes do Baath, partido ao qual Saddam pertencia, foram condenados a 15 anos de prisão por homicídio doloso: Abdala Kadhem Rueid, seu filho Mezhar Abdala Rueid e Ali Daeh Ali.
Outro ex-dirigente do Baath, Mohamed Azzam al Ali, foi o único dos oito acusados absolvido pela Justiça iraquiana. O promotor principal do caso, Jaafar al Musaui, já havia pedido em junho que as acusações contra Ali fossem arquivadas, por falta de provas.
Imediatamente após a pronúncia da sentença, teve início uma série de tumultos na região norte da capital Bagdá. No distrito de Azamiyah, foram registrados confrontos contra homens armados.
Saddam dirigiu o país com mão de ferro de 1979 até sua derrocada, em abril de 2003, quando foi deposto pela coalizão liderada pelos Estados Unidos. As mortes em Dujail, segundo os argumentos da defesa, teriam ocorrido como uma represália por um atentado fracassado contra Saddam.