sexta-feira, abril 13, 2007

Irã é forte mesmo sem a bomba

Poder militar dos aiatolás independe de programa nuclear para fazer frente a Israel

As forças do Irã são poderosas mesmo sem um arsenal atômico. Com quase 800 mil bem-treinados soldados, dos quais 350 mil reservistas de primeira linha, e o suporte estratégico de 240 centros industriais dedicados à produção de equipamentos militares, o país é uma potência regional - a única “capaz de rivalizar com Israel”, segundo o relatório anual 2006 da Rand Corporation, agência privada americana de estudos estratégicos.

As três forças, Exército, Aeronáutica e Marinha, são clientes principais da Iran Defence Industry (IDI), que emprega 60,6 mil homens e mulheres. Muitas das fábricas são subterrâneas, protegidas por montanhas, da mesma forma que o centro de pesquisa nuclear experimental.

Desde 1990, o Irã tem aumentado em US$ 300 milhões a cada ano os investimentos em capacitação tecnológica militar. As compras externas, quase sempre com direito a cessão de conhecimento sensível, foram intensificadas em 35% no mesmo período. O orçamento da Defesa para 2007, descontados os investimentos nos programas da IDI, é estimado em US$ 9,9 bilhões.

Acordos de cooperação com China, Coréia do Norte, Rússia e Ucrânia resultaram em programas como o do desenvolvimento do míssil de cruzeiro X-55, dotado de uma ogiva de 400 quilos, que procura eletronicamente seu alvo a até 1.500 km de distância. Na primavera de 1999 o trabalho conjunto de especialistas iranianos e coreanos envolvia 14 diferentes tipos de mísseis pesados. Em 2003, o Ministério da Defesa de Teerã, concentrou recursos em três lançadores estratégicos - a série Shahab. O maior deles, da série 5, foi apenas testado e ainda não está sendo produzido. Na configuração de três estágios, pode chegar ao oeste da Itália, cobre todo o Oriente Médio, a Ásia e parte da África. Embora definido como vetor de ogivas atômicas, pode causar grandes danos utilizando sua capacidade de transportar uma tonelada de carga de ataque de qualquer tipo - explosiva, de alta fragmentação, incendiária ou mesmo química.

A revitalização dos sistemas de defesa do Irã herdados do regime do xá Reza Pahlev, deposto em 1979, começou em 1981, sob pressão da guerra contra o Iraque. Não era pouco. A aviação tinha supersônicos F-14 Tomcat, os mais avançados da época. O processo de revitalização nunca mais foi interrompido. Há ainda cerca de 25 F-14 em uso, dotados de radares e sensores russos e chineses, adaptados.A Força Aérea emprega talvez 80 supersônicos F-5, boa parte dos quais transformados em F-5/I Saeqe, com maior capacidade de bombardeio de precisão. Há material brasileiro no inventário: de 12 a 15 aviões Tucano, comprados há 20 anos, e 35 blindados Cascavel EE-9, da extinta Engesa, armados com canhão 90mm. Foram tomados em batalha dos iraquianos, após um combate em Basra. Recuperados, integram um batalhão de reconhecimento.

sexta-feira, abril 06, 2007

Pentágono admite: Saddam não tinha ligação com Al-Qaeda

WASHINGTON - O Pentágono admitiu nesta sexta-feira, 7, que o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein não teve relações com a rede terrorista Al-Qaeda. A acusação havia sido feita pelo vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, mas um documento divulgado pelo Pentágono nega as acusações.

Segundo o ex-presidente, a Al-Qaeda operava no Iraque antes da invasão americana em 2003 e o terrorista Abu Musab al-Zarqaui liderava a facção iraquiana da rede. Membros da Al-Qaeda planejaram os ataques terroristas de 11 de setembro aos Estados Unidos. "Ele (Saddam) estabeleceu ligação antes de chegarmos ao Iraque", disse o vice-presidente.

No entanto, após o Pentágono interrogar o líder antes de sua execução e analisar documentos confiscados pelas tropas americanas, foi confirmado que a Al-Qaeda e o governo de Saddam não trabalharam juntos antes da invasão.

Investigações realizadas em 2004 para apurar os atentados terroristas também não encontraram evidências de que a rede de Osama Bin Laden e o governo de Saddam colaboraram entre si neste período.

O senador democrata , Carl Levin, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, pediu ao Pentágono que divulgasse o relatório secreto preparado pelo general interino do Departamento de Defesa, Thomas F. Gimble.