
Bombardeio destrói prédio de três andares em Qana, sul do Líbano. Premier libanês classifica ação de "massacre israelense" e pede investigação internacional
BEIRUTE - A Cruz Vermelha libanesa confirmou 56 mortos, incluindo 34 crianças e 16 mulheres, na cidade de Qana, no sul do Líbano, após o bombardeio, neste domingo, da aviação israelense que atingiu um prédio de três andares. Segundo a organização humanitária, 18 pessoas encontradas num dos cômodos do prédio eram de duas famílias.
No prédio desta cidade situada a leste da localidade costeira de Tiro, viviam, além dos moradores habituais, várias famílias que abandonaram suas casas em outras cidades da região por medo dos intensos bombardeios da aviação de Israel.
A Cruz Vermelha estima que mais de 500 morreram no Líbano desde o início do conflito. Já o governo libanês eleva o número para 750.
Líbano protesta
O primeiro-ministro libanês Fouad Siniora reagiu imediatamente às mortes de dezenas de civis libaneses em Qana - que classificou de "novo massacre israelense" e "crime de guerra" - afirmando que agora o Líbano "somente aceitará um cessar-fogo incondicional".
Siniora fez esta declaração em entrevista coletiva após uma reunião com o presidente do Parlamento libanês, o xiita Nabih Berri, na qual exigiu também uma "investigação internacional" do grave incidente.
"Lançamos um grito a todos os libaneses, aos árabes e à humanidade, para que estejam conosco contra os criminosos de guerra israelenses", disse o primeiro-ministro libanês. "A partir desta manhã só será aceitável um cessar-fogo incondicional e o início de uma investigação internacional", afirmou.
Logo depois da declaração de Siniora, a emissora de TV libanesa Future informou que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, não visitará o Líbano após sua atual visita a Israel, e que "Beirute suspendeu as negociações" sobre o conflito com o Estado judeu até que se declare um cessar-fogo. O presidente do Líbano, Émile Lahoud, qualificou os ataques em Qana como uma "prova da barbárie israelense, apoiada por algumas potências".
Um porta-voz do Exército israelense responsabilizou o Hezbollah pela morte de civis em Qana, argumentando que a cidade foi atacada porque o grupo utiliza o local como base de lançamento de foguetes contra Israel.