Entenda o que muda no cenário político do Oriente Médio
Com a vitória nas eleições parlamentares, o Hamas poderá formar o novo governo palestino. O resultado deixa o mundo em alerta. Por causa das posições extremistas do grupo, ninguém sabe como ficará o processo de paz no Oriente Médio. Os Estados Unidos já declararam que não negociarão com quem defende a destruição e a violência. A ONU e a União Européia vêem com receio a chegada do grupo ao poder.
Na frente política, a vitória do Hamas derrubou o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Ahmed Qorei, e seu governo. Ligado a Fatah – principal adversário do Hamas –, Qorei apresentou sua carta de renúncia ao presidente Mahmoud Abbas logo depois que seu partido reconheceu a derrota. Abbas, que também é dirigente da Fatah, teve a liderança colocada em xeque. O resultado das urnas representa seu enfraquecimento: muitos votaram contra a Fatah e não pelo Hamas. Depois de ter perdido o primeiro-ministro, o presidente da AP deverá ficar cada vez mais isolado.
O Hamas tem falado em 'parceria política', adotando um tom conciliatório de negociação. Mas a Fatah, no entanto, advertiu Abbas para que não aceite um governo de coalizão. De qualquer forma, como presidente palestino, cabe a Abbas convocar o grupo com mais votos - o Hamas - para formar o governo. E, com o grupo extremista no poder, suas posições terão menos respaldo.
O resultado das eleições pode também fortalecer as posições do Kadima (partido fundado por Ariel Sharon ao se desligar do Likud), porque a agremiação descarta qualquer possibilidade de negociação sobre um acordo permanente. A vitória do Hamas aumenta ainda o poder da teoria do Kadima de "sem parceiros", segundo a qual a única opção disponível para Israel é determinar unilateralmente a fronteira.
Aí fica uma pergunta; Ninguém contava com isso?? Democracia é assim!!! Ou não??